EFEITO DE DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS NA CONFIGURAÇÃO MICROESTRUTURAL EM AÇO TRIP (TRANSFORMAÇÃO INDUZIDA POR DEFORMAÇÃO
Nome: JOÃO BATISTA RIBEIRO MARTINS
Data de publicação: 29/09/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| CARLOS AUGUSTO CARDOSO PASSOS | Examinador Interno |
| JESUALDO LUIZ ROSSI | Examinador Externo |
| MARCELO FALCÃO DE OLIVEIRA | Examinador Externo |
| MARCOS TADEU D AZEREDO ORLANDO | Presidente |
| MARIANE GONÇALVES DE MIRANDA SALUSTRE | Examinador Externo |
Resumo: Esta tese investigou o desenvolvimento de aços avançados de alta resistência (AHSS), produzidos em forno elétrico a vácuo, com variações controladas de composição química e parâmetros térmicos. Os lingotes obtidos apresentaram qualidade metalúrgica satisfatória e composições compatíveis com os objetivos do estudo. As curvas de transformação de fases na condição de resfriamento contínuo, também chamada CCT (Continuous Cooling Transformation) foram fundamentais para definir três faixas cinéticas: (i) 0,5–1,0 °C/s com ferrita e perlita; (ii) 3–9 °C/s com bainita e austenita retida; e (iii) 25–100 °C/s com martensita em ripas. O com menor quantidade de carbono e manganês (aço C) apresentou menor temperabilidade, ampliando o campo bainítico. A microscopia óptica (MO) identificou os constituintes principais (bainita, martensita e austenita retida), enquanto a microscopia eletrônica de varredura (MEV) confirmou a morfologia refinada das fases em resfriamentos rápidos. A caracterização por difração de elétrons retroespalhados (EBSD) evidenciou a substituição progressiva da ferrita por bainita e martensita, e revelou a predominância de fases displacivas em altas taxas. A aplicação da distribuição gama, de forma inédita, aos dados misorientação até 5° da subestrutura, também conhecido como KAM (Kernel Averege Map) permitiu quantificar a homogeneidade microestrutural (parâmetro ) e a amplitude média das desorientações (), destacando maior regularidade no aço com maior quantidade de carbono e manganês (aço A). A inversão de tendência (/) em 100 °C/s foi interpretada como saturação martensítica, com redução da variabilidade interna. Além disso, experimento in situ de difração no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS), sob 100 °C/s, confirmou a sequência austenita martensita epsilon martensita tetragonal de corpo centrado ( ), evidenciando a formação transitória de martensita epsilon, compatível com a teoria da transformação martensítica em duplo passo. Os resultados demonstram que as composições dos aços com maior carbono e manganês (aço A) e menor carbono e manganês (aço C) possuem elevado potencial como AHSS de terceira geração. O aço A, com maior sensibilidade à taxa de resfriamento, permite ajustes microestruturais para resistência elevada, e no aço C, maior estabilidade da bainita. A modulação térmica se mostrou uma estratégia eficiente para equilibrar resistência e ductilidade, sem necessidade de alteração da composição química.
